domingo, 8 de abril de 2018

A Mulher do Apocalipse e o simbolismo da lua sob os pés de Nossa Senhora


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Nossa Senhora levando o Menino Jesus é símbolo da Igreja. A Igreja (= Ecclesia) aparece em pé sobre a lua minguante para sublinhar que seus fundamentos são o Antigo Testamento. Sem dúvida, é também um símbolo da vitória da Igreja sobre a Sinagoga (cfr. Dayton University, Mary Page).

Na iconografia, Nossa Senhora passou a representar também a Igreja herdando seus atributos. O Gradual Katharinenthal de 1312 apresenta uma imagem de transição, onde a mesma figura feminina contém ou têm os atributos simultaneamente da Igreja, de Maria e da Mulher do Apocalipse.

As primeiras representações da Ecclesia (=Igreja) nos séculos X-XII a apresentam como a mulher apocalíptica enfrentando o dragão. O motivo da mulher apocalíptica é aplicado em uma variedade de formas a Maria.

Por volta de 1348 espalhou-se um tipo de escultura mariana chamada Madonna que pisa a lua crescente (Mondsichel-Madonna), onde a representação da mulher do Apocalipse dispensa o uso do símbolo da lua (por exemplo, na escultura de Trier, 1480. VER VIDEO EMBAIXO).

Por vezes, como por exemplo nas representações do Platytera (ícone que pinta a Nossa Senhora orante), faz-se a oposição do sol (o Salvador) que nasce de Maria de um lado, e da raça humana que precisa de salvação (lua) de outro (Katharinenthal, 1312).



A lua crescente também é usada nas representações da conceição milagrosa de Maria e de seu nascimento (São Joaquim e Sant’Ana na Porta Dourada, Camerino, Tadino, ~ 1470).

A lua crescente aparece acalcada sob os pés de Maria em pinturas da Assunção (Meister de Luzien-Legende, 1485) e significa a sua glória e vitória sobre o tempo e o espaço.

A aplicação mais importante do símbolo da lua ocorreu nas representações da Imaculada Conceição.

A importância óbvia da vitória sobre o pecado é enriquecida com as idéias de beleza e pureza. “Pulchra ut luna”, “bela como a Lua” recita o Ofício Parvo; ou também na Ladainha Lauretana (por exemplo, Francesco Vanni, Altar da Imaculada Conceição, Montalcino, 1588).

Durante a época barroca, é freqüente encontrar a Imaculada representada como Nossa Senhora da Vitória, contra os turcos ou contra os protestantes e, em geral, contra as forças do mal a serviço do Anticristo e de seus asseclas na História.

(Fonte: Dayton University, Mary Page)

Video: A mulher do Apocalipse: capela de Nossa Senhora na Catedral de Trier, Alemanha

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